O silêncio é um amigo que nunca trai.

INDIFERENÇA

01/07/2011 18:53

 

                                                A INDIFERENÇA

A vida matrimonial se constrói. Ela passa por etapas. Inicia-se com a infância, passa pela juventude e chega até a maturidade do amor conjugal. Construir a vida matrimonial é tarefa de uma vida inteira. Depois dos 12 primeiros anos e perto dos 20 anos de casamento podemos dizer que um casal chega a uma maturidade de vida conjugal. Os filhos já estão povoando o lar e alguns crescidos. Há um relativo conhecimento mútuo entre marido e mulher e sente-se a estabilidade. Parece a um e a outro que não é mais possível viver um longe do outro. Alguns dizem que esta é uma das fases áureas. O homem e a mulher chegam a desenvolver suas qualidades e suas capacidades com certa perfeição. O homem é homem e a mulher é mulher. Há uma certa degustação da vida a dois. Parece que alguns casais, nesta faixa de idade matrimonial, dizem ter alcançado a felicidade. Característica positiva desta fase: estabilidade e sedimentação do amor no meio do lar e em volta dos filhos.

Há um perigo e uma crise muito importante nesse período: a indiferença. Em que consiste a indiferença? O homem e a mulher já se conhecem profundamente. Fazem um raciocínio deste tipo: "Já conheço meu marido ou minha mulher. Sei que não vai mais mudar" houve, ao longo dos anos, certas feridas que nunca fecharam. Houve certas atitudes de um e de outro que magoaram. Certas indiferenças pequenas ou grandes, certos momentos de discussão e de agressão mútua que não podem ser esquecidos. Marido e mulher não querem se separar por motivos religiosos, por causa dos filhos, por questões sociais, mas o amor parece não mais existir. Instala-se, então, na vida do casal "uma hóspede" muito pouco agradável que se chama indiferença. Uma monstruosa hóspede.

Indiferença é a atitude de espírito entre marido e mulher pela qual não é mais possível haver diálogo, não há mais satisfação em se estar um ao lado do outro, não há mais vontade de construir a felicidade do outro. Homem e mulher vivem então  como se fossem companheiros de uma pensão. Comem da mesma comida, moram no mesmo quarto, aparecem juntos para a sociedade ver, mas na realidade não formam mais um só coração.Quando um casamento chegou a esse ponto é muito difícil tentar mudar alguma coisa. Só mesmo um esforço muito grande e muita abnegação.

Por que um casal chegou a esse ponto? Difícil dizer. Mas é bem provável que o amor não foi alimentado nos primeiros anos. É possível que não tenham sabido quebrar os pequenos silêncios das fases anteriores do casamento. Não houve uma séria busca de Deus. A graça do sacramento do matrimonio não foi cuidadosamente reavivada. O diálogo que deveria ter siso o pão cotidiano da vida a dois não existiu, não existe e, se não forem tomadas medidas sérias, nunca mais existirá. Não podemos nunca deixar de lamentar uma situação como esta que é muito comum entre os casados. O que se torna necessário é que os jovens casais procurem sincera e resolutamente o diálogo nos primeiros anos de vida. Indiferença significa não-amor. o indiferente passa pelas pessoas como se fossem coisas. E marido e mulher haviam prometido amor e fidelidade por toda a vida. Haviam prometido construir um a felicidade do outro. A indiferença é o monstro que nunca deveria chegar a nascer.

 

Principe egler

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